Especialista do Sicredi dá dicas de como ensinar as crianças a lidar com o dinheiro desde cedo

9 de outubro de 2025 às 08:54

A expectativa de ganhar presentes, o Dia das Crianças é uma oportunidade de estimular nos pequenos o hábito de poupar, colocando em prática diversos ensinamentos de educação financeira. Para o especialista do Sicredi, Bruno Fernandes Vendruscolo, são hábitos que podem ser seguidos por toda uma vida, repercutindo positivamente no futuro e na saúde financeira

A infância é uma fase onde todos os esforços dos pais se refletem no futuro. Afinal, é quando acontecem as descobertas das proficiências, do próprio indivíduo e o aprendizado. E se as atitudes são moldadas nessa fase, logo se tornam hábitos com grandes chances de se perpetuar pela vida. “E é por isso, que também é importante orientar sobre os benefícios de se poupar logo cedo, reduzindo a probabilidade de endividamento no futuro”, explica o Consultor de Negócios da Central Sicredi Brasil Central, Bruno Fernandes Vendruscolo.

Para o presidente da Central Sicredi Brasil Central, Celso Figueira, é preciso trabalhar a importância do equilíbrio financeiro desde cedo nas crianças. “Eles precisam entender que os brinquedos, as roupas e os passeios tão desejados dependem do dinheiro. Por isso, a educação financeira desde a infância é de suma importância. Eles vão ter a oportunidade de aprender como ganhar, poupar e gastar com sabedoria. São os primeiros passos para que sejam capazes de fazer uma boa gestão de seus orçamentos no futuro”, diz.

Mas como estimular esses hábitos de forma atrativa e lúdica? Com crianças cada vez mais estimuladas ao conhecimento, existem desenhos que abordam o assunto e até jogos. Mostrar como construir reservas financeiras, tanto para emergências, quanto para fazer investimentos, pode parecer uma ideia óbvia, mas exige disciplina para ser colocada em prática. O especialista lembra que pesquisas já mostraram que o endividamento não é uma questão exclusivamente econômica e que algumas pessoas, independente de aumentarem seus ganhos salariais, acabam tendo dificuldades de gerir suas finanças. “Pessoas com dívidas sofrem mais stress, depressão e desgaste familiar. Portanto, a educação financeira é também uma questão de saúde e bem-estar”, aponta Bruno.

Além de diálogo e informação, o bom e velho cofrinho continua sendo uma importante ferramenta para se introduzir o hábito de poupar. Uma boa dica é tê-los de dois tamanhos: um menor e um maior. A brincadeira é entender que a moeda nunca pode ir no mesmo. Bruno Fernandes Vendruscolo explica que isso materializa os esforços em juntar e guardar dinheiro. “É claro que deve ser incentivado até certa idade, pois há um momento em que os jovens já passam a ser capazes de entender sobre poupança e rendimentos. Também não é recomendado guardar dinheiro em casa, já que não gera rentabilidade e não movimenta a economia”, ressalta.

Apesar de controversa entre alguns especialistas, a mesada também pode ser uma estratégia. “A partir do momento em que a criança recebe uma remuneração, ela se torna responsável por escolhas, passa a fazer contas e a entender o que acontece quando acaba o dinheiro. A ferramenta estimula a criança a cumprir com suas metas e combinados, que podem incluir desde economia de água ou energia, passando por auxílio em atividades simples e seguras dentro da rotina da família. O valor irá depender do que os pais conseguem ou acham justo pagar. Essa mecânica é positiva quando estimula os filhos a fazerem escolhas, poupando todo mês em prol de um objetivo como, por exemplo, um brinquedo mais caro no fim do ano. Outra forma das crianças entenderem a importância da mesada é vinculá-la a atividades que já fazem, como ir à escola todo dia, ir ao mercado, fazer as tarefas na hora combinada, pois assim também implica a disciplina para adquirir reconhecimento”, diz.